O ano da morte de Ricardo Reis
Quando leio um livro costumo sempre sublinhar as frases que me marcam a leitura. Aqui partilho algumas dessas frases que tive o prazer de colher na leitura do livro do José Saramago, O Ano da Morte de Ricardo Reis:
"Lembra-se de ali se ter sentado em outros tempos, tão distantes que pode duvidar se os viveu ele mesmo, Ou alguém por mim, talvez com igual rosto e nome, mas outro."
"Só a noite é lúcida, porém o sono a vence, talvez para nosso sossego e descanso, paz à alma dos vivos"
"certas perguntas são feitas apenas para tornar mais explícita a ausência de resposta"
"Lembra-se de ali se ter sentado em outros tempos, tão distantes que pode duvidar se os viveu ele mesmo, Ou alguém por mim, talvez com igual rosto e nome, mas outro."
"Só a noite é lúcida, porém o sono a vence, talvez para nosso sossego e descanso, paz à alma dos vivos"
"chove sobre nós o tempo, o tempo nos afoga"
" E as pessoas nem sonham que quem acaba uma coisa nunca é aquele que a começou, mesmo que ambos tenham um nome igual, que isso só é que se mantém constante, nada mais."
"certas perguntas são feitas apenas para tornar mais explícita a ausência de resposta"
"essa, sim, é a pior coisa do mundo, o compromisso, liberdade que a nós próprios negámos"
"é quase sempre assim, um homem rala-se, preocupa-se, teme o pior, julga que o mundo lhe vai pedir contas e prova real, e o mundo já lá vai adiante, a pensar noutros episódios."
"o ridículo é como uma queimadura por dentro, um ácido em cada momento reavivado pela memória, uma ferida infatigável."
"sabemos nós lá quem nos lê quando, de nós próprios distraídos, estamos lendo"
"Não é Ricardo Reis quem pensa estes pensamentos nem um daqueles inúmeros que dentro de si moram, é talvez o próprio pensamento que se vai pensando, ou apenas pensando, enquanto ele assiste, surpreendido, ao desenrolar de um fio que o leva por caminhos e corredores ignotos"
"por que será que as palavras se servem tantas vezes de nós, vemo-las a aproximarem-se, a ameaçarem, e não somos capazes de afastá-las, de calá-las, e assim acabamos por dizer o que não queríamos, é como o abismo irresistível, vamos cair e avançamos."
"a solidão não é viver só, a solidão é não sermos capazes de fazer companhia a alguém ou a alguma coisa que está dentro de nós, a solidão não é uma árvore no meio duma planície onde só ela esteja, é a distância entre a seiva profunda e a casca, entre a folha e a raiz"
"sentiu na casa uma presença, talvez não fosse ainda a solidão, era o silêncio, meio-irmão dela"
Idênticas as minhas, por sinal.
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