Introdução

Consequências do Eu. Dúvida e consequência. Tudo o que levanta dúvidas traz por si consequências. E a natureza do Eu é impregnada de dúvidas todas elas potenciais geradoras de inúmeras consequências. E cada consequência encadeia-se por sequências de possibilidades que, infinitas à partida, se vão estreitando no limiar da geração de outras sequências, na consequência da ocorrência de uma outra sequência. E as sequências surgem à nossa percepção como imagens coladas umas às outras, tão próximas que se confundem umas com as outras no limiar indivisível da sua passagem. E a dúvida é o solo que nada prende a mais do que pode prender e que, no entanto, é berço de tantos pensamentos. Na verdade, não há grande espaço para pensar dentro de uma certeza. A certeza é algo que se encerra por si própria e penetrar dentro das suas muralhas através do pensamento é uma tentativa de retirar a certeza à própria certeza. E não há pensamento novo que nasça de uma certeza porque a certeza é construída à medida de um só pensamento. A dúvida, por outro lado, mantém-se aberta sob o signo de um ponto de interrogação. E é um ponto de interrogação que, curvado em si, se interroga em si mesmo, no seu espaço amplo de dúvida e incerteza e que convida outros a pensar consigo.
Consequências do Eu. Uma reflexão. Reflectir parece que à partida surge de um reflexo, na medida em que a luz vai com o seu propósito de iluminar algum objecto e nesse objectivo primário resulta um acidente a que se dá o nome de reflexo. E é o reflexo que nos capta a atenção e que, apesar de muitas vezes ser rápido e breve, nos alerta para a luz e para a existência do objecto. Até porque o reflexo modifica a nossa percepção inicial sobre o objecto. O que ali estava bem definido pela luz, de repente, o reflexo questionou a sua natureza e os seus contornos. O reflexo obriga-nos, não raras vezes, a fechar os olhos e abri-los novamente. E muitas vezes, nesse abrir e fechar de olhos notamos que algo mudou na nossa maneira de ver aquele objecto. Portanto, reflectir é aproveitar um reflexo para tentar percepcionar de uma forma mais real a natureza de um objecto. E quando digo isto, proponho-me a reflectir no limiar de cada reflexo as consequências da existência de cada objecto.

Consequências do Eu. Uma introdução.

Introduzir é colocar algo de novo num determinado lugar.
Este blog é o lugar e o meu pensar é o algo de novo.

Comentários

  1. tens poemas bem mais interessantes que esse texto complicado!

    :D

    é só pa deixar um beijinho... e o meu pequeno incentivo para que não pares de escrever, seja prosa, poesia ou musica... (mesmo que tenha d comprar tampões pos ouvidos ;p)

    RC

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