Cartas a Sandra, de Vergílio Ferreira
Quem me conhece, sabe que admiro bastante este escritor. Quando li, no 12º ano, a Aparição tive a impressão íntima de que alguém escrevia com as minhas próprias palavras, aquelas que eu sentia no oculto de mim próprio, tão íntimas ao meu ser que nem eu próprio sabia que era possível alguém as conhecer também. Não estou aqui a dizer que Vergílio Ferreira escreveu aquilo que eu pensava escrever. Não. Longe de mim pensar, ousar pensar isso. Digo antes que ele escreveu aquilo que eu esperava que alguém escrevesse. Escreveu aquilo que eu esperava ler. Escreveu aquilo que eu estava (sem saber que estava) à espera de sentir. E é curioso como é que certas coisas tão ocultas em nós estão, por vezes, tão expostas noutro lugar. Neste caso, no papel, no livro.
Apresento aqui um excerto do romance Cartas a Sandra de Vergílio Ferreira. Um livro que acaba por ser, de certo modo, o epílogo de outro livro: Para Sempre. Não será certamente o melhor excerto do livro. Porque o livro guarda em si muito mais. Mas será certamente um dos excertos que expõe, com uma simplicidade única, a talvez única verdade que há em se viver. O livro, no seu todo, vale a pena ler porque é dos poucos livros que fala do amor sem entrar no ridículo que é, por vezes, tentar falar-se dele.
Lembro-me é de quando na nossa primeira noite eu te disse que te amava e tu disseste também te amo. Hei-de lembrar-me decerto ainda de quantas outras palavras me disseste. Mas agora quero ouvir apenas essa tua palavra ardente em que toda a vida se me consumiu. E do sim gentil no pátio da Universidade e em que tudo começou. Também te amo. Sim. E é estranho como uma vida inteira se me resuma a uma palavra. Possivelmente por ser a única a dizer tudo o que valeu a pena saber.
Muito Bonito, muito bom gosto mesmo... O blog esta maravilho muito bem elaborado. Parabens :)
ResponderEliminarMuito obrigado! Este blog ainda está nos seus primeiros passos. Mas são estes elogios que lhe dão força para continuar. E melhor se possível.
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